O que é : Doutrina da Infalibilidade – Crença de que certas declarações da igreja são sem erro.

A Doutrina da Infalibilidade é uma crença fundamental dentro da Igreja Católica, que afirma que certas declarações feitas pela igreja são sem erro. Essa doutrina tem sido objeto de muita discussão e controvérsia ao longo dos séculos, e é importante entender seu significado e implicações. Neste glossário, vamos explorar em detalhes o que é a Doutrina da Infalibilidade, suas origens históricas, como ela é aplicada na prática e as críticas que tem recebido.

Origens Históricas da Doutrina da Infalibilidade

A Doutrina da Infalibilidade tem suas raízes na tradição e no ensinamento da Igreja Católica. Ela se baseia na crença de que o Papa, como sucessor de São Pedro, possui autoridade divina para falar em nome de Deus e para definir doutrinas de fé e moral. Essa crença remonta aos primeiros séculos do cristianismo, mas foi apenas no Concílio Vaticano I, em 1870, que a infalibilidade papal foi oficialmente definida como dogma de fé.

No Concílio Vaticano I, foi declarado que o Papa é infalível quando fala ex cathedra, ou seja, quando fala como pastor supremo e doutor da Igreja em questões de fé e moral. Essas declarações são consideradas infalíveis e vinculativas para todos os católicos. No entanto, é importante ressaltar que a infalibilidade papal não se estende a todas as palavras e ações do Papa, mas apenas às declarações feitas em questões de fé e moral.

Aplicação da Doutrina da Infalibilidade

A Doutrina da Infalibilidade é aplicada de forma seletiva pela Igreja Católica. Ela é invocada apenas em casos específicos, quando o Papa faz uma declaração ex cathedra sobre uma questão de fé ou moral. Essas declarações são consideradas infalíveis e devem ser aceitas pelos católicos como verdadeiras e vinculativas.

Um exemplo famoso de uma declaração infalível é a definição do dogma da Imaculada Conceição da Virgem Maria, feita pelo Papa Pio IX em 1854. Nessa declaração, o Papa afirmou que Maria foi concebida sem pecado original. Essa declaração foi considerada infalível e se tornou parte do ensinamento oficial da Igreja Católica.

Além das declarações ex cathedra, a Igreja Católica também reconhece a infalibilidade do Magistério Ordinário e Universal, que consiste no ensinamento comum e universal dos bispos em comunhão com o Papa. Esse ensinamento é considerado infalível quando se refere a questões de fé e moral.

Críticas à Doutrina da Infalibilidade

A Doutrina da Infalibilidade tem sido alvo de críticas ao longo dos séculos. Muitos argumentam que ela é contrária à razão e à liberdade de pensamento, pois impõe uma autoridade infalível e inquestionável. Além disso, alguns questionam a própria ideia de infalibilidade, argumentando que nenhum ser humano é capaz de estar livre de erro em todas as suas declarações.

Outra crítica comum é que a infalibilidade papal pode levar a abusos de poder e autoritarismo. Alguns temem que os papas possam usar essa autoridade para impor suas próprias opiniões e agendas, em vez de ensinar a verdade revelada por Deus.

Além disso, a aplicação seletiva da Doutrina da Infalibilidade também tem sido questionada. Muitos argumentam que a Igreja Católica usa a infalibilidade apenas quando lhe convém, ignorando ou rejeitando outras opiniões e perspectivas.

Conclusão

A Doutrina da Infalibilidade é uma crença central dentro da Igreja Católica, que afirma que certas declarações da igreja são sem erro. Ela tem suas raízes na tradição e no ensinamento da igreja, e foi oficialmente definida como dogma de fé no Concílio Vaticano I. A infalibilidade papal é aplicada apenas em casos específicos, quando o Papa faz uma declaração ex cathedra sobre uma questão de fé ou moral. No entanto, a doutrina tem sido alvo de críticas, que questionam sua validade e sua aplicação seletiva. É importante entender essas questões e considerar diferentes perspectivas ao discutir a Doutrina da Infalibilidade.